Uma academia para contribuir no tratamento e na ressocialização de dependentes químicos e de álcool. Este foi o projeto da Associação Caminho da Sobriedade que virou realidade em agosto, no município de Caeté. Com recursos repassados pelo Programa Valorizar, da Vale, a instituição adquiriu equipamentos profissionais novos e de alta durabilidade e inaugurou, dentro de suas instalações, a “Academia da Sobriedade” que já é frequentada pelas 50 pessoas acolhidas pela casa. A iniciativa é um reconhecimento e valorização de organizações sociais cujos projetos fazem a diferença para a comunidade local.

Fundada há 18 anos, a Associação Caminho da Sobriedade tornou-se referência no acolhimento voluntário de usuários de drogas e álcool na cidade, com capacidade para atender até 120 pessoas, com idade entre 20 e 60 anos. Após triagem e realização de exames médicos, o usuário passa a ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar e a seguir uma rotina estabelecida pela direção do espaço.

A diretora administrativa Lucélia Braga, que se dedica à causa há 15 anos, destaca que a chegada dos equipamentos novos da academia despertou maior interesse dos acolhidos pelo cuidado e manutenção da saúde, além de elevar a autoestima deles e fortalecer a rotina da casa. “Com a academia, eles estão acordando mais cedo, fazem atividades, tomam banho e participam do culto. A disposição deles é outra. O resultado é autoestima maior, mais disposição, menos estresse e ansiedade, e maior empenho para o tratamento”, afirmou. “Quando o edital do Programa Valorizar abriu, logo inscrevemos o projeto da academia e esse recurso permitiu termos mais um instrumento de recuperação da dependência química e de álcool”, completou.

Em Caeté, o Programa Valorizar selecionou, em 2023, outros 14 projetos ligados à Cultura e Arte, Defesa de Direitos e Assistência Social, Desenvolvimento Territorial, e Esporte e Lazer, além das temáticas de Inovação e Criatividade, Impacto Social e Sustentabilidade. Ao todo, o investimento financeiro foi de R$ 420 mil destinados às organizações sociais para execução dos projetos. As instituições receberam também consultoria técnica por meio da empresa Plan Soluções, especializada em gestão de Organizações da Sociedade Civil.

Para o gerente de Gestão Territorial da Vale, Lucas Soares, a iniciativa da empresa no município agracia e estimula projetos sociais que trabalham em diversas frentes para o desenvolvimento da comunidade local, como geração de trabalho e renda, melhoria da saúde e qualidade de vida. “O Valorizar promove a integração de organizações sociais e oferece a elas apoio financeiro e consultoria técnica para execução dos projetos. São iniciativas transformadoras para o crescimento da sociedade”, disse.

Outros projetos sociais contemplados pelo Programa Valorizar já em atividade em Caeté

Em julho, o Hospital Santa Casa, o único do município, recebeu 150 kits de roupas de cama doados pela Associação das Voluntárias da Santa Casa de Caeté (Avoscac). Um respiro e alívio para a manutenção dos cuidados aos pacientes para até os próximos 18 meses. A doação também foi viabilizada com recursos do Programa Valorizar e reuniu cerca de 800 itens, como cobertores, lençóis e pijamas cirúrgicos. A estimativa é que o enxoval atenda, além de moradores de Caeté, pacientes que são encaminhados pelos municípios de Nova União e Taquaraçu de Minas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A presidente da Avoscac, Sheila Cerdeira, conta que a doação expressiva à Santa Casa contribui para sanar uma das principais demandas do hospital e que este é o foco do trabalho da organização fundada há 24 anos. “Sempre ajudamos no enxoval, pois é uma necessidade eminente e, por se tratar de roupas de camas, com lavagem com produtos específicos e fortes, costumam ter pouca durabilidade”, disse.

O Programa Valorizar abraçou também o projeto da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Caeté (Apae-MG) que inaugurou, em meados de julho, um salão de beleza com a proposta de autocuidado e inclusão social de pessoas com deficiência física e intelectual. A entidade atende aproximadamente 120 alunos, com idade a partir de 16 anos, além dos pais. O espaço funciona em uma sala que pertence à associação.

A estrutura do salão de beleza foi viabilizada com recurso repassado pelo programa. São dois lavatórios, duas cadeiras para escovação, uma cadeira para embelezamento, maca para massagem, cadeiras para fazer unhas, espelhos e bancada. “Esse projeto deu esperança às mães e aos pais, porque eles ficaram felizes de ver a possibilidade de o filho se profissionalizar”, afirmou a presidente da Apae de Caeté, Maria Lúcia de Oliveira. “Na inauguração, eles (alunos) estavam acompanhados por uma cabeleireira e um barbeiro, porque tiveram apenas aula teórica e ainda não estão qualificados para a prática. Mesmo assim, eles se sentiram capazes de trabalhar”, acrescentou.