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Funcionária da Vale sorrindo em paisagem verde. Ela veste uniforme verde
da vale, oculos, capacete e protetores auriculares Artefato visual de onda Vale

Nossa gestão em biodiversidade

Nossa gestão em biodiversidade 

A Vale busca gerir seus impactos com base nas etapas da hierarquia de mitigação de impactos, de modo a produzir conhecimento e resultados que possam ser referência para todo o setor e outros negócios.  

Por meio de parcerias e engajamento, queremos que as nossas ações enderecem não apenas a gestão dos impactos negativos, como também gerem resultados positivos nas atividades da empresa e para além das nossas fronteiras, de modo a contribuir com um futuro positivo para a natureza no contexto global. 

Por se tratar de um tema transversal, natureza e biodiversidade são regidas por nossa Política de Sustentabilidade, com o propósito de prevenir e minimizar riscos e impactos negativos e potencializar impactos positivos, gerando valor social, ambiental e econômico para além das atividades da Companhia. Como direcionador da Política, destaca-se a busca por resultados positivos para a natureza a partir do investimento em restauração, conservação e pesquisa, integrando biodiversidade, clima, água e pessoas. A governança está integrada à estrutura da Vale, incluindo o Comitê de Sustentabilidade que é estatutário e apoia o Conselho de Administração, entre outros instrumentos e macroprocessos (leia mais em Governança). 

A gestão da biodiversidade está incorporada aos requisitos específicos no Modelo de Gestão Vale (VPS – Vale Production System), embasados no padrão normativo interno que traz Diretrizes e Processos para a Gestão da Biodiversidade. Esse documento foi publicado em 2020 e se aplica a todos os projetos e operações, abrangendo as etapas de planejamento, implantação, operação e fechamento. As diretrizes e processos têm como base a hierarquia de mitigação de impactos e apoiam o atingimento dos nossos compromissos.  

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Metas e compromissos

Entre os compromissos da nossa agenda 2030, temos metas relacionadas à redução de pressões sobre a natureza (como a redução das nossas emissões e redução da captação de água nova) e a Meta Florestal – recuperar e proteger 500 mil hectares para além das nossas fronteiras. Essa meta é composta de dois objetivos: recuperar 100 mil hectares e proteger 400 mil hectares. Esse é um compromisso voluntário, que vai além das nossas obrigações legais, visando contribuir com resultados para um futuro positivo em natureza.     

A implementação da Meta Florestal está sob a responsabilidade da Reserva Natural Vale (RNV) e do Fundo Vale. A RNV é uma área protegida de propriedade da Vale, localizada no estado do Espírito Santo, no Brasil, que representa um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica, totalizando 23 mil hectares e mais de 40 anos de experiência em conservação, pesquisa e parcerias. O Fundo Vale é um fundo de fomento e investimento criado pela empresa em 2009 para gerar impacto socioambiental positivo.  

Para proteger 400 mil hectares, estamos trabalhando com um modelo similar adotado na Amazônia e na Mata Atlântica há quase 40 anos, usando a expertise da RNV e estabelecendo parcerias com áreas protegidas para apoiar ações de conservação. Em 2022, começamos a estudar alternativas de proteção, como os projetos de REDD+, buscando maior integração aos compromissos de clima. Como resultado, até dezembro de 2023, 165 mil hectares foram protegidos em parceria com unidades de conservação públicas e em projetos de REDD+.   

Para recuperar 100 mil hectares, o Fundo Vale construiu uma rede de parceiros e arranjos de negócios de impacto socioambiental positivo, focados em Sistemas Agroflorestais, que melhoram a permeabilidade da paisagem, sequestram carbono e geram emprego e renda para a comunidade. Como resultado, até dezembro de 2023, 9 negócios agroflorestais foram apoiados pelo Fundo, que implementaram modelos de recuperação produtiva em 12 mil hectares.

Avanço da Meta Florestal até 2023

Dos 500.000 hectares, até dezembro de 2023, atendemos o equivalente à cerca de 35% da meta, sendo 165 mil ha de proteção e 12 mil ha de recuperação.

Abrangência das ações da Meta Florestal 

Compromisso de nenhuma perda líquida (No Net Loss)

Temos como objetivo de longo prazo prevenir e neutralizar impactos significativos em nossos novos projetos e expansões localizados em áreas de alto valor para a biodiversidade, buscando o compromisso de Nenhuma perda líquida (No Net Loss) e, sempre que possível, a geração de Impacto Líquido Positivo (Net Gain). Nosso compromisso de Nenhuma Perda Líquida é reconhecido e aprovado pelo Comitê de Sustentabilidade e pelo Conselho de Administração.

Nossa estratégia envolve a análise de riscos de biodiversidade e priorização de atributos trazendo a Hierarquia de Mitigação de Impactos como base para a construção de Planos de Ação e Planos de Gestão, assim como para a melhoria daqueles já implantados. A construção desses planos deve envolver especialistas e partes interessadas internas e externas, além de estimular a produção de conhecimento para apoiar decisões e metas específicas de cada projeto ou operação.   

O Projeto Piloto do Plano de Gestão da Mina do S11D, em Carajás, desenvolvido em parceria com The Biodiversity Consultancy (TBC), permitiu o aprofundamento e adaptação dos padrões de desempenho internacionais da IFC (sigla em inglês de Corporação Financeira Internacional, instituição membro do Banco Mundial) para a nossa realidade. Em 2020, publicamos nosso padrão normativo interno com as diretrizes e processos para gestão da biodiversidade. Esse normativo inclui todos os estágios da hierarquia de mitigação de impactos, com ações de compensação por meio da recuperação e conservação de áreas como base para neutralizar a perda de habitats (sem desmatamento líquido) e espécies. 

Resumo dos processos previstos no padrão normativo

Como resultados, publicamos em 2022 o Plano de Gestão da Biodiversidade de Carajás, que traz análises de risco, priorização de atributos e ações integradas aplicadas a todos os projetos e operações na região, pautando nossa gestão no território. Até 2023, tínhamos 11 projetos e cinco operações aderentes à aplicação da norma, com mais de 1000 empregados capacitados.

Conheça iniciativas relacionadas ao nosso caminho em busca do No Net Loss na publicação Vale e Biodiversidade 2021

Gestão da biodiversidade em Carajás

O Plano de Gestão da Biodiversidade de Carajás integra o gerenciamento de riscos à gestão de impactos. Ele foi elaborado a partir da experiência adquirida no Projeto Piloto da Mina do Complexo S11D, que teve seus resultados publicados em 2021 em Vale & Biodiversidade.  

Mudanças de layout do projeto S11D permitiram evitar a supressão de mais de mil hectares de florestas. Graças ao alto investimento em tecnologia e inovação, reduzimos o consumo de combustível em 70%, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 50% e o consumo de água em 93%.  

A partir das ações de restauração, foi possível conectar florestas antes separadas por áreas degradadas. Plantamos quase um milhão de mudas, restaurando a floresta ao longo de mais de cinco mil hectares. O monitoramento dessas áreas vem detectando a presença de felinos como a onça pintada (Panthera onca) e a jaguatirica (Leopardus pardalis), animais topo da cadeia alimentar, o que indica o avanço no restabelecimento da biodiversidade nessas áreas.  

Um estudo desenvolvido pelo ITV concluiu que esses esforços de restauração florestal reverteram efetivamente a trajetória de degradação ambiental predominante na paisagem e proporcionaram ganhos consideráveis de biodiversidade para a região. Veja mais aqui.

O plano de compensações enfocou a conservação de cavidades e dos campos rupestres ferruginosos. Com atenção às serras do Tarzan e da Bocaina, apoiamos o ICMBio no estabelecimento e na proteção do Parque Nacional de Campos Ferruginosos de Carajás. 
Onça pintada. Foto: Leonardo Mercon
Arquivo Vale

Compromisso de não operar em Sítios do Patrimônio Natural da Unesco

Em 2021, consolidamos publicamente nosso compromisso de não operar em sítios do Patrimônio Natural Mundial da Unesco. Esse compromisso faz parte das Diretrizes e Processos para Gestão da Biodiversidade da Vale, e é importante destacar que não temos projetos ou operações nessas áreas. 

Ajudamos a proteger parte de um importante sítio – Reservas da Costa do Descobrimento da Mata Atlântica, com a conservação da Reserva Natural Vale (RNV) e da Reserva Biológica (REBio) de Sooretama.  

A RNV é uma propriedade Vale localizada no Espírito Santo, com 23 mil hectares de Mata Atlântica destinados voluntariamente à conservação e pesquisa. A REBio de Sooretama é uma área protegida federal contígua à RNV com a qual temos uma parceria para apoiar ações de conservação. Juntas, formam o maior bloco de remanescentes da Mata Atlântica do Estado, com cerca de 50 mil hectares, onde espécies ameaçadas e endêmicas vivem protegidas. 

Nossas dependências e impactos

Buscamos os melhores métodos, tecnologias e ações que permitam a menor interferência possível nos recursos naturais. Ainda assim, as operações têm impactos diretos e indiretos na biodiversidade.  

Para mapear e avaliar esses impactos, são elaborados diagnósticos específicos que compreendem desde o planejamento da entrada em novos territórios até a concepção final dos projetos, visando avaliar possíveis interferências em áreas de patrimônio natural, áreas protegidas, assim como hábitats e espécies sensíveis. Todas as expansões de operações e novos projetos são precedidos de estudos de impactos ambientais, de acordo com as normas e regulamentações de cada país e região em que se inserem. 

Embasados pela hierarquia de mitigação de impactos, implementamos medidas de prevenção, controle, mitigação, recuperação e compensação, com o objetivo de reduzir e neutralizar nossos impactos e incorporar a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos às atividades da empresa. Nossas ações respeitam as obrigações legais, mas buscamos, sempre que possível, implementar ações adicionais voltadas para a restauração e conservação e com foco na paisagem. 

A partir de uma avaliação da localização das nossas operações e dos resultados de reporte anual de indicadores, nossos principais impactos envolvem alterações no uso do solo e na cobertura vegetal, resultando na perda localizada da flora e na redução ou alteração dos hábitats da fauna. Em 2023, a área total afetada pelas operações da Vale totalizou 89.343 hectares (nosso footprint). Esse número inclui as áreas já alteradas para implantação de nossas operações, bem como aquelas que já receberam autorização formal dos órgãos reguladores ambientais para a implementação/operação. Grande parte dessa área está localizada no Brasil, interferindo nos biomas Amazônia e Mata Atlântica. 

Parte das nossas operações no Brasil, nos estados do Pará e Minas Gerais, tem sobreposição com áreas protegidas categorizadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). A área se refere às operações da Vale em Carajás, no Pará, localizadas dentro da Floresta Nacional de Carajás e da Floresta Nacional do Tapirapé Aquiri, unidades de conservação de uso sustentável (Categoria VI da União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN, na sigla em inglês), cujos decretos de criação permitem as atividades da empresa. Nossas operações localizadas na região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais têm interferência na Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul RMBH), também uma unidade de conservação de uso sustentável (Categoria V da IUCN). 
 

Alteração no uso do solo

Extensão de alteração no uso do solo em áreas de alto valor para a biodiversidade (GRI 304-1/2023)  Hectares
Área total impactada (área superficial e subterrânea)  
89.343
Área total impactada em Wilderness  
43.719
Área total impactada em Hotspots  
37.073 
Áreas impactadas em áreas protegidas  
30.113
Áreas impactadas adjacentes a áreas protegidas  
40.195
Áreas impactadas em áreas prioritárias para conservação fora de áreas protegidas
23.249
Áreas impactadas adjacentes a áreas prioritárias para conservação fora de áreas protegidas  
7.683
Nota: as Áreas Protegidas que são impactadas pelas operações da Vale se referem a Unidades de Conservação de Uso Sustentável, de acordo com a legislação brasileira, e correspondem às categorias V e VI da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), com decretos de criação que permitem a execução das atividades da Vale no local. Adjacentes são consideradas aquelas áreas protegidas localizadas em um buffer de 10 km das operações.
As Áreas Protegidas adjacentes as nossas operações são compostas em sua maioria por unidades de conservação de propriedade da Vale. São Reservas Particulares do Patrimônio Natural (Categoria IV da IUCN) já instituídas ou em processo de criação, que estão próximas às nossas unidades operacionais. Há também unidades de conservação criadas e apoiadas pela Vale, como o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos (Categoria II da IUCN), criado no âmbito do licenciamento do Complexo S11D Eliezer Batista em Carajás.

Em relação a outras classes de áreas de alta importância para a biodiversidade, nossas operações apresentam interferências ou são adjacentes a algumas Áreas-chave para a Biodiversidade (KBA – Key Biodiversity Areas, em inglês) e a Sítios Ramsar (locais de importância ecológica definidos na Convenção sobre as Zonas Úmidas de Importância Internacional), de acordo com a tabela: 
 

Áreas-chave para a Biodiversidade

País/Localidade Tipo de operação Categoria da área importante para a biodiversidade¹ Posição
Brasil/ Mariana 
Mina/Usina 
KBA
Contém porções 
Brasil/ Ipatinga 
Logística/ferrovia 
Sítio Ramsar 
Adjacente²
Brasil/ Carajás 
Logística/ferrovia 
KBA
Contém porções 
Brasil/ Carajás 
Mina/Usina 
KBA
Sobrepõe 
Brasil/ São Luis 
Logística/Porto e Ferrovia
Sítio Ramsar 
Contém porções
Brasil/ São Luis 
Logística/Porto e Ferrovia 
KBA 
Contém porções
Indonésia/ Sulawesi 
Mina/Usina 
KBA 
Contém porções
País de Gales/ Clydach 
Usina 
Sítio Ramsar 
Adjacente²
1. Fontes de consulta:https://www.keybiodiversityareas.org/; https://rsis.ramsar.org/; https://www.ibat-alliance.org (free IBAT Account)
2. Para área adjacente foi considerado o buffer de 10 km a partir dos limites externos das áreas de alta importância para a biodiversidade, e avaliada sua sobreposição em relação à área da unidade operacional.
Em 2023, foram registradas 4.125 espécies com ocorrência em hábitats impactados pelas operações da Vale ou próximos às operações. Destas, 147 são consideradas ameaçadas de acordo com as categorias da IUCN: Criticamente em Perigo (13), Em Perigo (59) e Vulnerável (75). 

Operações que geram impactos significativos em áreas de alto valor para a biodiversidade requerem Planos de Gestão da Biodiversidade. Nas nossas unidades operacionais avaliadas em 2023, 50 (92,6%) necessitavam da elaboração de planos de gestão de biodiversidade (GRI G4 MM2). 

Todas as unidades operacionais que necessitam de planos tem programas e ações específicas de biodiversidade relacionadas as etapas da hierarquia de mitigação (controles, mitigação, recuperação e compensação), sendo que 46 (82%) tem planos consolidados implementados, duas unidades tem planos em implementação (tem programas específicos implantados, que estão sendo consolidados para adequar ao normativo interno de biodiversidade) e outras duas tem programas que estão em vigor, mas sendo adaptados a planos já implementados em operações localizadas na mesma região. 

Conservação e restauração

A Vale protege e ajuda a proteger uma área de aproximadamente 1 milhão de hectares, 11 vezes maior que a ocupada pelas operações da empresa. Nessa área são contabilizadas propriedade da Vale ou de terceiros, protegidas por meio de parcerias com órgãos ambientais, se referindo ao atendimento a requisitos legais e também a ações voluntárias. Localizada em áreas de alto valor de biodiversidade e prioritária para a conservação, como hotspots e áreas-chave de biodiversidade (Key Biodiversity Areas), protege mais de 600 espécies ameaçadas (dados de 2022).  

Áreas protegidas pela Vale

Área protegida Localização Bioma Propriedade Área (hectares)
Floresta Nacional de Carajás
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio¹
391.004 
Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio¹
114.240 
Floresta Nacional do Itacaiúnas
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio¹
136.592 
Reserva Biológica do Tapiparé
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio¹
99.198 
Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio¹
23.269 
Parque Nacional dos Campos Ferruginosos de Carajás 
Brasil (Pará)
Floresta Amazônica
Parceria ICMBio¹
21.997 
Parque Estadual Cunhambebe 
Brasil (Rio de Janeiro) 
Mata Atlântica
Parceria INEA
38.053 
Monumento Serra das Torres 
Brasil (Espírito Santo) 
Mata Atlântica
Parceria IEMA
10.458
Reserva Biológica Duas Bocas 
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Parceria IEMA
2.910
Floresta Nacional de Goytacazes 
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Parceria ICMBio¹
1.425
Parque Botânico de São Luís
Brasil (Maranhão) 
Floresta Amazônica
Própria
110
Parque Botânico de Vitória
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Própria
30
Reserva Natural Vale
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Própria
22.710
Reserva Biológica de Sooretama
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Parceria ICMBio¹
27.800
Reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais
Brasil (Minas Gerais)
Mata Atlântica
Própria
12.660 
Áreas de proteção de quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)
Brasil (Minas Gerais)
Mata Atlântica
Própria
330
Centro Ecológico Vale Malásia (Vale Eco Center)
Malasia
Sundaland 
Própria
289
Reserva Biológica Augusto Ruschi 
Brasil (Espírito Santo)
Mata Atlântica
Parceria ICMBio¹
3.598
Reserva Biológica União 
Brasil (Rio de Janeiro)
Mata Atlântica
Parceria ICMBio¹
7.756
Reserva Biológica da Mata Escura 
Brasil (Minas Gerais)
Mata Atlântica
Parceria ICMBio¹
50.892
Total
-
-
965.321 
[1] Fonte: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) (http://www.icmbio.gov.br/brasil) Ministério do Meio Ambiente.  
[2] Fonte: Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Governo do Rio de Janeiro. 

Indicadores de recuperação e restauração 

Atuamos na recuperação de áreas degradadas e na restauração de habitats em nossas operações e propriedades. Essas medidas são utilizadas para endereçar impactos residuais que não podem ser evitados ou mitigados. Para essas ações, utilizamos mudas produzidas a partir de sementes resgatadas nas áreas a serem suprimidas, com o objetivo de manutenção da variabilidade genética, priorizando as espécies ameaçadas e endêmicas. A recuperação de áreas degradadas está prevista também em nossos planos de fechamento de mina. 

Quantidade de terras – próprias ou arrendadas, usadas para atividades produtivas ou extrativistas – alteradas ou reabilitadas (2023)

Saldo de abertura e fechamento¹ Hectares 
Áreas impactadas (Saldo de Abertura)  
61.027
Áreas impactadas no ano de referência  
1.394
Áreas em recuperação permanente no ano de referência  
809
Áreas impactadas (Saldo de Fechamento)  
61.612
1. Indicador apresentado conforme as diretrizes do Suplemento Setorial GRI Mineração e Metais, conteúdo GRI MM1.

Pesquisa e parcerias

Os investimentos em pesquisa e conhecimento científico são essenciais para embasar nosso processo de gestão de impactos, decisões e ações. Focada em melhorar e maximizar os resultados dessas ações, a Vale estabelece parcerias com especialistas em biodiversidade, tais como universidades, organizações governamentais e consultorias.  
Buscamos estudos ambientais consistentes, atividades de mitigação, recuperação e compensação que constituam planos de ação eficazes, além de fomentar a geração e divulgação de conhecimento. Para apoiar nossa estratégia, mantemos o Instituto Tecnológico Vale (ITV), um centro de pesquisa que atua na Amazônia desde 2010. Com sede em Belém (PA), o ITV é referência em conhecimento científico da biodiversidade, restauração de habitats, eDNA para monitoramento de áreas, mudanças climáticas e biotecnologia. 

Em julho de 2023, o ITV tinha R$ 824,43 milhões de investimentos acumulados em pesquisa, 1.807 publicações científicas, 225 projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, 333 pesquisadores bolsistas e 61 pesquisadores permanentes. 
Arquivo Vale
Queremos avançar ainda mais, alavancando ações que ampliem os resultados positivos para a natureza.  Para isso, estamos buscando impulsionar parcerias focadas em recuperação e conservação e que apoiem a jornada pelo desmatamento ilegal zero. Em nossa Meta Florestal, estamos trilhando um caminho focado em parcerias e desenvolvimento de um ecossistema de novos negócios baseados na natureza. 

Em novembro de 2022, durante a Conferência do Clima (COP 27), lançamos a Biomas, uma nova empresa focada em restaurar e proteger, ao longo de 20 anos, 4 milhões de hectares de matas nativas em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. A iniciativa é resultado de uma parceria com as empresas Itaú Unibanco, Marfrig, Rabobank, Santander e Suzano.  
Dyckia sp, uma das espécies em estudo no projeto. Vale/Divulgação
Uma parceria entre o Fundo Vale, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a Microsoft e a Climate and Land Use Alliance criou o PrevisIA, uma plataforma digital pública que identifica áreas com maior risco de desmatamento e queimadas na Amazônia. Essa ferramenta de inteligência artificial auxilia no planejamento de ações preventivas e políticas públicas.  

Desde 2021, a Vale possui um acordo de cooperação técnica com o Instituto Marcos Daniel (IMD), uma associação privada sem fins lucrativos, para a conservação da saíra-apunhalada (Nemosia rourei), espécie de ave endêmica da Mata Atlântica do Espírito Santo e criticamente ameaçada de extinção globalmente. A Reserva Natural Vale apoia atividades de levantamento florístico, recuperação de áreas degradadas, monitoramento e busca de ninhos, para prevenir sua extinção e apoiar sua sobrevivência a longo prazo.  
A saíra-apunhalada (Nemosia rourei), com apenas 22 indivíduos conhecidos na natureza, é protegida com apoio da Vale. Foto: Gustavo Magnago. 
Essas ações estão em consonância com o Plano de Ação Nacional para Conservação da Saíra-apunhalada. Hoje são apenas 22 indivíduos conhecidos na natureza distribuídos em duas populações: na Reserva Kaetés, em criação a partir do suporte de ONGs internacionais e gerida pelo IMD; e outra na Reserva Biológica Augusto Ruschi, gerida pelo ICMBio e apoiada pela Vale dentro da Meta Florestal. O Instituto Tecnológico Vale (ITV) também contribui com o projeto, por meio de pesquisas sobre o genoma da espécie.
 
Em 2022, iniciamos uma parceria com a Agência Paulista de Tecnologia e Abastecimento, com foco na pesquisa de técnicas de propagação e multiplicação de plantas raras e endêmicas dos campos rupestres de Minas Gerais. A Rede Propagar estabelece a cooperação entre pesquisadores de universidades e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs), como: 
• Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)
• Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
• Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP)
• Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
• Universidade Federal de Viçosa (UFV)
• Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e
• Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
No fim de 2022, o Instituto Tecnológico Vale – Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS) em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lançou um programa inovador, que prevê o mapeamento genômico de espécies da fauna e flora brasileiras ameaçadas de extinção, exóticas ou que tenham potencial para gerar renda para agricultores envolvidos com projetos de bioeconomia. O Projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB) é uma proposta inédita no Brasil e conta com a participação de diferentes instituições de pesquisas nacionais e internacionais. A iniciativa tem investimento da Vale, que enxerga a importância da pesquisa para a manutenção da biodiversidade no Brasil e valoriza o potencial de produção de conhecimento da ciência brasileira. 

Reportes (TNFD e CDP Florestas)

TNFD

A Força-tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza (TNFD, na sigla em inglês) é um conjunto de diretrizes para as empresas divulgarem seus impactos, dependências, riscos e oportunidades que têm relação com a natureza. Propõe a mesma abordagem da Força-tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD, na sigla em inglês) e busca seguir os padrões desenvolvidos pelo Conselho de Padrões Internacionais de Sustentabilidade (ISSB, na sigla em inglês). O padrão foi criado por meio de consultas públicas, e a sua versão final foi lançada em 19 de setembro de 2023 na Semana do Clima em Nova York. 

Desde 2022, somos membros do Fórum TNFD, participando de reuniões e fornecendo feedbacks sobre a estrutura da plataforma. Fazemos parte do grupo liderado pelo Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM na sigla em inglês) de Parceiros do Programa Piloto da TNFD, assim como parte do Grupo Consultivo Brasileiro, liderado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).  
Arquivo Vale
Em 2022, fizemos uma análise de aderência e mapeamento de lacunas em relação às recomendações da metodologia LEAP. Em 2023 fizemos um piloto da implementação dessa abordagem, com foco em nossas operações diretas ativas do Brasil. Estes são os principais resultados até o momento: 
 
  • Nossos impactos de maior materialidade estão relacionados ao uso da água, às emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a alterações no uso de ecossistemas terrestres.  
  • Nossas dependências de maior materialidade são relacionadas à provisão de água (subterrânea e superficial), à regulação climática e ao controle de erosão.  
  • A avaliação dos riscos, em fase final de consolidação, mostra aderência da metodologia de avaliação de riscos da TNFD à gestão de riscos feita pela Vale. Nossos principais riscos materiais estão relacionados a alterações nos regimes climáticos, diminuição na disponibilidade de recursos hídricos e alterações em áreas de alto valor para a biodiversidade, com ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas. 
Em janeiro de 2024, 320 empresas anunciaram em Davos (Reunião anual do Fórum Econômico Mundial) que decidiram liderar, como early adopters, a Taskforce on Nature-related Financial Disclosure (Força-tarefa para Divulgação Financeira Relacionada à Natureza, TNFD, na sigla em inglês), que visa criar diretrizes para que as empresas considerem os riscos à biodiversidade e ao capital natural em seus relatórios financeiros. Com adesão de forma voluntária, a iniciativa TNFD terá prestação de contas até 2025. No total, são seis mineradoras incluindo Vale (Brasil), AngloAmerican (UK), Vedanta (India), Endeavour Mining (UK), Rio Branco (Angola) e Cerrejon (Colômbia). São oito empresas brasileiras: quatro empresas corporativas (Vale, Suzano, Natura e Telefônica), duas instituições financeiras (BTG Pactual e JGP) e dois provedores de serviço (Rever e Green Intiative Intl). Em breve, Relatório do Piloto 2023. 

Piloto TNFD - Etapas e Resultados

Nota: O conteúdo sobre biodiversidade retratado nesta página considera as recomendações da Força-tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza (Task-force on Nature-related Financial Disclosures – TNFD) para a apresentação das informações e dos indicadores. A revisão das informações foi feita em 2023.  
Arquivo Vale

CDP Florestas

Desde 2020, a Vale reporta o questionário específico para o setor de minerais e metais do programa de florestas do CDP, visando dar mais transparência ao processo de gestão. Seu foco é no gerenciamento de impactos, riscos e oportunidades em relação à biodiversidade e às florestas. Esse questionário leva em consideração outras referências, como a IFC Performance Standards, da International Finance Corporation (vinculada ao Banco Mundial) e a Cross-Sector Biodiversity Initiative (CSBI).
 

CDP Questionário 2023 

CDP Questionário 2022 

Saiba mais 

Conheça as ações da Vale para conservação e restauração da biodiversidade nos territórios onde a empresa atua.

Gestão de Riscos de Biodiversidade  

Desde 2015, temos aplicado uma avaliação de sensibilidade/risco de biodiversidade para entender a interface de todas as nossas operações e projetos com a natureza, assim como priorizar áreas com altos riscos para a biodiversidade. A análise incluiu nove categorias de áreas e/ou territórios relevantes para a biodiversidade, de acordo com organizações globais e nacionais (Áreas Chave de Biodiversidade - KBA, Áreas Protegidas, Hotspots, ocorrência de Espécies Ameaçadas de Extinção, entre outras) às quais foram atribuídos pesos que caracterizam sua sensibilidade e valor em relação à biodiversidade. As áreas priorizadas como de alto risco para a biodiversidade são aquelas localizadas no Brasil, na Amazônia (Carajás) e na Mata Atlântica (Quadrilátero Ferrífero), bem como na Indonésia. Essas áreas possuem ações de gestão de impactos e riscos específicos, consolidados em planos de gestão e ação que vem sendo implantados em cumprimento a requisitos legais e de maneira voluntária.    

Existem na Vale processos contínuos de gestão de riscos e impactos estabelecidos nas operações e projetos, com foco na identificação, prevenção, mitigação e tratamento de riscos e impactos negativos relacionados a biodiversidade. Conforme relatado no CDP Forest, todas as atividades planejadas e executadas na Vale são apoiadas por procedimentos específicos para identificar riscos associados e definir controles críticos para eliminar, controlar e/ou mitigar. A Vale possui uma Política de Gestão de Riscos, uma Norma de Gestão de Riscos e um procedimento normativo interno voltado para a definição de critérios e processos para a identificação, análise e classificação de riscos ambientais, além de ferramentas específicas para gestão e monitoramento.  

Em 2023 desenvolvemos um piloto usando a metodologia LEAP da TNFD, e identificamos que a metodologia e processos utilizados pela Vale são aderentes ao proposto no framework e os principais riscos materiais mapeados já são conhecidos e geridos. Em relação ao risco de alterações em áreas de alto valor para a biodiversidade, com ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas, o normativo interno Diretrizes e Processos para Gestão da Biodiversidade foca no mapeamento de atributos e análise de riscos de biodiversidade, abrangendo todas as áreas de nossos negócios, operações e projetos, tendo como base a Hierarquia de Mitigação de Impactos e o padrão de desempenho PS6 IFC. Além disso, o investimento em pesquisa científica e geração de conhecimento sobre as espécies endêmicas e ameaçadas com ocorrência em nossas áreas de interesse embasa nossas decisões focadas em evitar e reduzir impactos e as ações de restauração e conservação.

Com relação à nossa cadeia de valor, avaliamos nossos fornecedores de acordo com as categorias de produtos considerando 22 pontos críticos de risco de ESG, que incluem, entre outros: biodiversidade, emissões, água, resíduos, qualidade do ar e outros. A análise consolidada desses hotspots de risco ESG nos permitiu definir nossos fornecedores críticos, que representam 18% do total, dos quais 7% são críticos para a biodiversidade. Esse processo nos levou a estabelecer ações específicas para este grupo. 

Conheça mais sobre o processo de  Gestão de Riscos da Vale.