Mineração circular
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Fomento à economia circular
Neste contexto, a Mineração Circular emerge como um pilar fundamental para a estratégia de longo prazo da Vale, estendendo os princípios da economia circular para a mineração. A circularidade na mineração é essencial para o melhor aproveitamento dos recursos minerais, além de contribuir no enfrentamento dos desafios de gestão de resíduos, transformando-os em oportunidades significativas de criação e compartilhamento de valor.
Programa de Mineração Circular da Vale – Waste to Value
Com o Programa, a Vale busca até 2035 estabelecer uma operação global de ferrosos por meio da a mineração circular de zero estéril, zero rejeito e neutro em emissão de carbono, buscando a circularidade em toda a cadeia de valor.
O Programa já identificou mais de 150 iniciativas de Mineração Circular na Vale, sendo que diversas estão em execução e mostram que a circularidade é uma realidade nas operações da Vale. Em 2024, produzimos mais de 12 milhões de toneladas de minério de ferro por meio de fontes circulares e assumimos o compromisso de que, até 2030, 10% da nossa produção anual de minério de ferro seja proveniente da mineração circular.
Casos de Mineração Circular na Vale
Projeto Gelado
Em Carajás (PA), o Projeto Gelado iniciou os testes operacionais em março de 2023. A iniciativa prevê produzir até 2035 mais de 80 milhões de toneladas de pellet feed de alta qualidade, com 63% de teor de ferro, utilizando tecnologias inovadoras para aproveitar rejeitos que têm sido acumulados na barragem desde o início de sua operação.
Na usina, o minério é submetido ao processo de concentração magnética, onde um potente ímã separa as partículas ferrosas da sílica e da alumina, aumentando ainda mais sua qualidade. É a primeira vez que a concentração magnética é utilizada nas operações do Pará.
O produto resultante alimenta a planta pelotizadora da Vale em São Luís (MA). Devido à alta qualidade das pelotas fabricadas no local, nossos clientes siderúrgicos conseguem reduzir suas emissões de carbono – na comparação com o uso de produtos de menor qualidade. A Vale tem a meta de diminuir suas emissões de escopo 3 em 15% até 2035.
O caráter sustentável do projeto é reforçado pelo uso de dragas 100% elétricas, assim como bombas elétricas, que utilizam eletricidade proveniente de fontes renováveis ao invés de combustíveis fósseis, como o diesel. Dessa forma, o projeto deixará de emitir mais de 500 mil toneladas de CO2, o equivalente ao consumo de mais de 300 mil carros populares, em um ano.
Foto: Arquivo Vale
Aproveitamento de pilhas na Mina Serrinha
A Mina de Serrinha, que foi adquirida pela Vale em 2019, está em processo de fechamento progressivo das suas estruturas desativadas – cava de extração, barragem de rejeito e pilhas de estéril.
Investigações iniciais indicaram teor médio de ferro acima de 50% nas pilhas de estéril, o que determinou viabilidade para o aproveitamento do material, contribuindo com volume de produção de minério de ferro da Vale.
Até 2026, cerca de 3 milhões de toneladas de material serão aproveitadas das estruturas da mina, possibilitando a eliminação de todas as pilhas de estéril. Até 2024, cerca de 0,7 milhão de tonelada de material das pilhas já foi aproveitado.
A eliminação das pilhas de estéril mitiga riscos, como deslizamentos e erosões, especialmente em períodos de chuva, garantindo a segurança das áreas ao redor. A remoção dos estéreis também reduz a presença de poeira, melhorando a qualidade do ar nas áreas próximas e os incômodos causados pela emissão de particulados para as áreas vizinhas. O fechamento das pilhas ainda contribui para eliminar possíveis fontes de contaminação de longa duração, permitindo a regeneração natural do solo e das águas subterrâneas – criando um legado positivo de conservação ambiental.
Foto: Arquivo Vale
Fábrica de Blocos da Mina do Pico
Em novembro de 2020, a Vale inaugurou a Fábrica de Blocos do Pico, após 10 anos de pesquisa e desenvolvimento em cooperação técnica com o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), com mais de R$25 milhões investidos.
Instalada na Mina do Pico, no município de Itabirito (MG), a planta transforma rejeitos da mineração em blocos para a construção civil, promovendo a economia circular na operação de beneficiamento do minério de ferro.
A expectativa é que, a cada ano, cerca de 30 mil toneladas de rejeito deixem de ser dispostas em barragens ou pilhas para serem transformadas em 3,8 milhões de unidades de produtos pré-moldados de larga aplicação na indústria da construção civil, como pisos intertravados, blocos de concreto estruturais e blocos de vedação, entre outros.
Foto: Arquivo Vale
Areia sustentável
No Brasil, cerca de 330 milhões de toneladas de areia são utilizadas anualmente nos segmentos de construção civil e processos industriais. A extração da areia natural frequentemente ultrapassa a taxa de reposição natural, podendo causar impactos ambientais irreversíveis.
Por outro lado, o processamento de minério de ferro pode gerar rejeitos, que são dispostos em barragens ou em pilhas. Esses rejeitos são compostos basicamente de sílica, o principal componente da areia, e óxido de ferro.
Após sete anos de investimento em pesquisa para encontrar soluções para o reaproveitamento desse rejeito, a Areia Sustentável começou a ser produzida em 2021, na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), como substituto da areia extraída do meio ambiente. Nesse mesmo ano, a Vale iniciou a comercialização do produto destinado para a construção civil, com alto teor em sílica e baixo teor de ferro, além de alta uniformidade química e granulométrica.
Em 2023, quando foi criada a startup Agera para desenvolver e ampliar o negócio na Vale, foram produzidos cerca de 0,8 milhão de toneladas a partir do beneficiamento de rejeitos da mineração e ferro. A produção até o final de 2024 foi de 2 milhões de toneladas de areia sustentável.
Com a produção da Areia Sustentável, é possível realizar uma mineração 100% circular, transformando um material que seria descartado em um produto benéfico para a sociedade, colaborando com a manutenção da biodiversidade.
Foto: Arquivo Vale