Dia Internacional da Mulher na Ciência
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Dia Internacional da Mulher na Ciência
Pesquisas de Mulheres Cientistas do Instituto Tecnológico Vale contribuem para conservação da Amazônia
"Quero fazer parte de soluções para conservar o meio ambiente”. É assim que a cientista Tereza Giannini explica a sua motivação para o trabalho. Pesquisadora do Instituto Tecnológico Vale (ITV), com sede em Belém-PA, ela se dedica, em um dos seus projetos atuais, aos estudos da zoofonia, quer dizer, ela estuda os sons que os animais produzem com suas vocalizações. Já a Gisele Nunes, é pesquisadora do ITV, mas em bioinformática pelo grupo genômica ambiental. O trabalho de ambas contribui para a expansão do conhecimento e a conservação da Floresta Amazônica. Assim como elas, tantas outras mulheres são exemplos a serem destacados nesta data de 11 de fevereiro, em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
O caminho para chegar até aqui foi longo, com anos dedicados a qualificação profissional, que ela também divide em sala de aula, Tereza é bióloga com doutorado em Ecologia pela Universidade de São Paulo (USP), e também é professora permanente nos Programas de Mestrado do ITV e de Pós-Graduação em Zoologia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Além dos estudos sobre os sons, ela também contribui com pesquisas que favorecem a restauração de áreas pós-mineração. Suas análises buscam identificar plantas que podem atrair as aves e abelhas, que exercem papel importante na dispersão de sementes e sobre polinização, contribuindo com o sucesso na recuperação de áreas restauradas.
Para ela, a pesquisa científica é fundamental para a vida. "O ser humano é indissolúvel da biodiversidade. Nós dependemos da natureza para obter vários benefícios que mantêm a vida no planeta, como ar puro, água potável, clima estável e alimentação, por exemplo. Então, a pesquisa científica nessa área é muito importante para ajudar nas tomadas de decisão, que visam conservação e restauração do meio ambiente e o bem-estar humano", diz Tereza.
Também é no ITV, no Pará, que a pesquisadora em bioinformática do grupo genômica ambiental, Gisele Nunes, vem desenvolvendo estudos de grande relevância para a conservação da Amazônia. Gisele utiliza computação avançada para analisar, interpretar e processar dados genéticos de plantas e animais, a fim de decifrar o genoma de espécies chaves da biodiversidade de Carajás. As informações contidas no genoma ajudam a compreender os processos biológicos das plantas/animais e sua relação com o ambiente, o que auxilia estudos de conservação e evolução.
Para tanto, Gisele utiliza plataformas de sequenciamento de DNA de última geração, capazes de gerar todo perfil genético de uma espécie em um único dia e computadores de alto desempenho. Para Gisele, o maior desafio é traduzir gigabytes de dados genéticos em informações biológicas. "É uma profissão que exige muito conhecimento e dedicação independente do gênero. Porém, ser mulher nessa área é um diferencial, visto que ainda ocupamos uma escala muito menor em relação aos homens", conta a pesquisadora.
A data de 11 de fevereiro foi declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional das Mulheres na Ciência em prol do acesso e da participação feminina plena e igualitária na ciência, da igualdade de gênero e do empoderamento das mulheres. De acordo com dados da ONU para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), divulgado em 2020, atualmente, menos de 30% dos pesquisadores em todo o mundo são mulheres.
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