Vale cria diretoria para acelerar reparação aos atingidos
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Vale cria diretoria para acelerar reparação aos atingidos
Objetivo é ficar mais próximo dos acontecimentos e humanizar a relação com as comunidades; reporte das ações será feito diretamente à presidência da empresa
A Vale anuncia a criação da Diretoria Especial de Reparação e Desenvolvimento, que tem como missão garantir foco às ações estruturantes que envolvem a reparação dos danos causados pelo rompimento da Barragem I, em Brumadinho (MG). A nova estrutura vai coordenar as ações de reestabelecimento socioeconômico e ambiental dos municípios impactados pela tragédia. O novo diretor é o engenheiro Marcelo Klein, que já vinha coordenando o Grupo de Resposta Imediata, responsável por consolidar todas as ações emergenciais.
Klein fará reportes diretos ao diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, e, semanalmente, participará das reuniões da diretoria executiva, para prestar contas e discutir o andamento das iniciativas. O reporte direto garantirá a celeridade e flexibilidade necessárias às ações de reparação. A nova estrutura representa, assim, uma evolução em relação ao grupo de Resposta Imediata.
"O desafio é passar da emergência para a recuperação perene. A diretoria é especial porque foi mobilizada pelo rompimento; é de reparação porque temos que reparar o que foi destruído; e é de desenvolvimento pelo que deve ocorrer daqui por diante", explica Klein.
A nova diretoria responderá por todas as ações de recuperação social, humanitária, ambiental e estrutural que serão realizadas em Brumadinho e nos 16 municípios ao longo do Rio Paraopeba até a represa de Retiro Baixo (MG). Também está sob sua responsabilidade a coordenação de ações com as comunidades das zonas de autossalvamento e de segurança secundária das barragens que tenham seus níveis de emergência elevados para 2 ou 3.
"O grande foco é a reparação rápida ao atingido, e isso inclui abraçar um futuro promissor para que as pessoas resgatem sua dignidade. Para isso, a escuta social é muito importante, ou seja, precisamos saber o que o atingido quer. Não podemos achar que já sabemos o que ele quer. Reparação tem pouco a ver com dinheiro, e muito a ver com acolher as pessoas. A indenização material é importante, mas a reconstrução de uma nova perspectiva de vida é ainda mais", resume novo diretor.
Perfil
Formado em engenharia química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em química industrial pela PUC-RJ, Marcelo Klein tem 51 anos, dos quais 27 trabalhando na Vale. Na empresa, passou pelas áreas de controle de qualidade, operação, planejamento, desenho de processos, estratégia corporativa e melhoria contínua. Antes de assumir a Diretoria Especial de Reparação e Desenvolvimento, ocupava o cargo de gerente-executivo de Excelência Operacional.
O executivo sempre teve seu trabalho vinculado ao desenvolvimento de pessoas. Ele diz gostar de resolver problemas, quebrando a cultura de hierarquia para driblar os desafios. No dia 26 de janeiro, dia seguinte ao rompimento da Barragem I, na Mina de Córrego do Feijão, Klein foi convocado para ajudar no acolhimento às vítimas na Estação do Conhecimento, em Brumadinho. Logo depois, assumiu o grupo de Resposta Imediata. "Fiquei duas semanas vivendo as experiências mais dramáticas, acolhendo pessoas e dando orientações num momento cujas dimensões ainda não se sabia muito bem quais eram", relata. Agora, sua missão, como ele diz, é "fazer a escuta ativa" dos atingidos para, assim, dar legitimidade ao longo projeto de reparação das áreas impactadas.
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