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08/06/2022

Meio Ambiente

Fundo Vale e KTPL lançam fundo de R$ 200 milhões destinados a investimentos em negócios de impacto positivo na floresta

Objetivo é atrair startups com potencial de desenvolver tecnologias que possam dar escala em projetos de restauração florestal

O Fundo Vale e a KTPL, gestora de venture capital, lançam hoje o fundo de investimentos em participações em startups que gerem impacto positivo na área de floresta e clima. A iniciativa prevê R$ 200 milhões em aportes ao longo dos próximos cinco anos. O prazo de duração é de 10 anos, podendo ser estendido por mais dois. As áreas de atuação são florestas, carbono, bioeconomia e economia regenerativa. Estão no radar empresas que atuem com tecnologias com potencial para reduzir custos e aumentar eficiência da certificação de créditos de carbono, além de restauração e proteção florestal em larga escala.

O papel do Fundo Vale (FV) é o de estruturar o negócio, apoiando na mensuração e na avaliação de impacto, na análise de algumas das empresas identificadas e na conexão com atores do ecossistema de impacto. Atualmente, o FV é responsável pela coordenação e implantação da meta florestal da Vale de recuperar e proteger mais 500 mil hectares de florestas até 2030. Em dois anos, o fundo já recuperou mais de 6 mil hectares em parcerias com startups, a maioria na Amazônia, e firmou acordos com sete unidades de conservação, totalizando cerca de 115 mil hectares de áreas protegidas.

“Ao longo dos investimentos em novos negócios de impacto para a meta florestal da Vale, percebemos que um dos grandes desafios para a larga escala é o de destravar gargalos estruturantes para a cadeia como um todo. Com isso, decidimos nos dedicar à estruturação do novo fundo em parceria com a KPTL com a crença de que, ao investir em soluções tecnológicas que tragam respostas para a redução de custo e aumento da eficiência na atuação florestal e na mitigação das mudanças climáticas, vamos gerar valor para o ecossistema como um todo”, explica Gustavo Luz, gerente do Fundo Vale & Participações.

O Fundo Floresta e Clima tem como parceiros estratégicos e cotistas de peso como a Tridon Participações, family office dos fundadores da Jacto, além dos empresários Denis e Ilana Minev, das Lojas Bemol, e de Marco Riguzzi, empresário da área de embalagens e acionista da Farmaplast. "O Brasil tem condições de ser protagonista global em inovações para a sustentabilidade. E fomentar novas tecnologias é parte fundamental para ocuparmos este posto", afirma Renato Ramalho, CEO da KPTL.

Em 2021, o Fundo Vale fez ampla seleção de gestores com o objetivo de escolher o parceiro que lançaria o fundo alvo de seu investimento, dando início a um processo em que mais investidores poderiam aderir. A KPTL foi selecionada nesse processo, devido a experiência do gestor em inovação para o meio ambiente nos investimentos em AgTech, Biotecnologia, IoT (Internet of Things) e Digital.

Já o empresário Denis Minev traz as experiências da Fundação Amazonas Sustentável, da AMAZ Aceleradora de Impacto e da gestão do Grupo Bemol, rede de varejo localizada no Norte do Brasil e pioneira na adoção de uma agenda ESG na região. “Florestas são nossa melhor oportunidade de fortalecer o Brasil como grande potência na produção de alimentos e ao mesmo tempo em armazenamento de carbono e inovação em bioeconomia, em preparação para uma reinvenção da economia nacional para o século 21. Nas nossas florestas o Brasil encontra sua oportunidade de redenção e prosperidade sustentável”, acredita Minev.

Perfil

A tese de investimento do Fundo Clima e Floresta busca startups em diferentes estágios de desenvolvimento, da fase inicial, o chamado pré-seed, passando pelo seed, até a etapa de captação série A. O mapeamento de oportunidades de investimentos será feito pela equipe da KPTL, atualmente com 27 profissionais, em parceria com hubs de inovação, universidades e investidores-anjo de todo o país.

"Este é o tipo de startup que muitas vezes não está nos grandes centros, por isso a busca por bons empreendedores acontecerá de maneira distribuída, guiada sempre pelo potencial de impacto positivo que possam gerar", explica Ramalho. Isso significa que podem fazer parte do fundo desde fintechs que estejam desenvolvendo soluções para créditos de carbono até agtechs que atuem com rastreabilidade e melhoramento genético, biofertilizantes e agricultura de precisão.

Além da KPTL, atuarão na estruturação do fundo a aceleradora Troposlab e as consultorias Imaflora, com longa trajetória socioambiental, e Resultante, especialista em ESG. 


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