Tecnologia de conservação genética possibilita a recuperação de espécies vegetais em Brumadinho
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Tecnologia de conservação genética possibilita a recuperação de espécies vegetais em Brumadinho
Fruto de parceria entre a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Vale, técnica está sendo utilizada pela primeira vez no Brasil
A vegetação impactada pelo rompimento da Barragem B1 está recebendo uma contribuição importante da tecnologia para promover sua recuperação. Uma técnica inovadora desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), capaz de resgatar o DNA e criar cópias das plantas da região, começou a ser aplicada para a reabilitação florestal da área. Mudas, que poderiam levar mais de oito anos para florescer, iniciam esse processo entre seis e doze meses, o que contribuirá efetivamente para acelerar a recuperação da biodiversidade da região.
O projeto denominado "Resgate de DNA e indução de florescimento precoce em espécies florestais nativas da região de Brumadinho" foi considerado pelos especialistas da UFV como um marco para a conservação genética de plantas e reflorestamento de espécies em extinção, como é o caso de algumas em Brumadinho. Além disso, a iniciativa tem como objetivo contribuir para a recuperação ambiental da área impactada pelo rompimento, uma das premissas mais importantes do trabalho de reparação dos danos causados. O projeto em parceria com a Vale, conta ainda com a gestão da Sociedade de Investigações Florestais (SIF).
Em campo, os pesquisadores visitam as áreas afetadas e realizam o procedimento de resgate do DNA. "Em parceria com a Vale, resgatamos o DNA de espécies importantes para na estrutura das florestas da região, como jacarandá caviúna, ipê amarelo, braúna e jequitibá. Também estamos produzindo cópias das plantas para garantir que a constituição genética de cada uma não seja perdida", explica o professor do Departamento de Engenharia Florestal da UFV (DEF/UFV), Gleison dos Santos. Ao todo foram recolhidos materiais genéticos de 10 plantas, de cinco espécies diferentes, incluindo espécies ameaçadas de extinção e protegidas por lei.
O material genético é levado para UFV e mantido sob os mais exigentes padrões de segurança e saúde das plantas. O processo de cópia se inicia no campo, com a coleta de ramos das árvores-matriz. Já no laboratório, os ramos passam por um procedimento de enxertia para se tornarem capazes de reproduzir exatamente o material genético de outras plantas a partir de pequenas porções.
Técnica também acelera o crescimento
Além de resgatar o DNA de árvores em risco, a técnica induz o florescimento precoce de plantas jovens produzidas a partir de árvores resgatadas. Com essa inovação, mudas que poderiam levar mais de oito anos para florescer, iniciam este processo entre seis e doze meses após o resgate em campo, viabilizando a recuperação mais rápida da vegetação e contribuindo para o acelerar o processo de restauração dos ambientes impactados. A previsão é de que as mudas comecem a serem plantadas na área impactada nos primeiros meses de 2021.
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