Quando criança, Damilola (Dami) Katibi, Conselheira Sênior da Vale Base Metals (VBM), sonhava em ser atriz.

No entanto, quando questionada sobre o que a levou a seguir carreira na advocacia e não no cinema, Dami citou um grande obstáculo para que ela ganhasse um Oscar.

"Infelizmente, tinha dificuldade para memorizar minhas falas nas peças do ensino médio, então tive que mudar o rumo."

E ela mudou, para surpresa de ninguém.

“O direito era algo que todos associavam a mim”, disse Dami, atribuindo essa conexão à sua natureza curiosa e talento para a comunicação. "E acho que sempre soube que o direito estava no meu futuro!"

A história de Dami é a primeira de nossa série especial em homenagem ao Mês da História Negra. Alinhada com o tema de 2024, “Celebrando a Excelência Negra”, esta série explorará as trajetórias profissionais únicas de três funcionários da VBM e como cada um deles conduziu suas carreiras, contribuiu em suas áreas e enriqueceu nossos locais de trabalho com suas perspectivas e experiências.

Desafiando as Expectativas Baseadas em Gênero

Criada na Nigéria, Dami lutou constantemente contra as normas de gênero enraizadas na sociedade patriarcal do país da África Ocidental.

“Isso continuou durante todo o início da minha carreira”, disse ela, descrevendo uma situação que a acompanha por anos. “Uma noite, eu estava trabalhando em um projeto com outros três colegas – todos homens, e já estava ficando tarde. Um membro sênior da equipe me disse para ir para casa, que os outros poderiam terminar o projeto na minha ausência - ele não gostaria que sua esposa estivesse fora de casa àquela hora, então eu também não deveria estar."

“Ele não estava sendo malicioso”, disse ela. "Ele foi apenas uma vítima da visão da sociedade sobre o papel das mulheres."

Foi nesse momento que Dami prometeu a si mesma que não permitiria que as expectativas baseadas em gênero a impedissem de realizar seus sonhos. Foi essa determinação — e uma sugestão de um cliente — que a levou ao Canadá, onde fez mestrado em Direito Empresarial Internacional na Osgoode Hall Law School, em Toronto.

“Naquela altura, eu trabalhava num escritório de advocacia boutique em Lagos e tínhamos muitos clientes internacionais”, disse ela. "Um em particular era canadense e, quando descobriu que eu estava analisando diferentes opções para fazer um mestrado, ele me incentivou a considerar o Canadá como uma opção."

Dami fez a mudança.

“Eu nunca tinha visitado o Canadá antes de me mudar para lá”, disse ela, reconhecendo que se mudar para um novo ambiente sem família ou amigos foi um grande salto. "No entanto, isso me impulsionou a desenvolver conexões muito rapidamente e ajudou a aprimorar minha resiliência."

Após concluir seu mestrado, Dami decidiu ficar em Toronto e ingressou na McCarthy Tetrault LLP como associada. Imediatamente, ela percebeu algumas diferenças gritantes entre exercer a advocacia no Canadá e exercê-la em seu país.

"O trabalho em si era basicamente o mesmo, mas culturalmente a história era outra."

Discriminação Racial

Na Nigéria, onde a maioria da população partilha a sua herança, Dami nunca teve de se definir em termos de raça. Mudar-se para o Canadá, no entanto, apresentou a ela a realidade de ser uma minoria e a discriminação racial inerente vivenciada na cultura ocidental.

“Foi desanimador ver o julgamento baseado na aparência e não no caráter ou na ética de trabalho”, disse Dami. Ela observa como a discriminação também pode manifestar-se de formas mais sutis no local de trabalho, citando exemplos em que indivíduos de uma determinada raça parecem progredir mais rapidamente do que outros, ou quando a pessoa que mais trabalha não é necessariamente recompensada adequadamente.

“Embora tenha havido progresso na abordagem destas questões, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a verdadeira igualdade e justiça para todos.”

Mentoria

Uma forma pela qual Dami contribui para esse progresso é por meio de mentoria informal, oferecendo orientação aos advogados nigerianos que estão se mudando para o Canadá.

“É gratificante”, disse ela, “especialmente quando os vejo se estabelecendo em suas novas carreiras”.

Ela aconselha todos os recém-chegados ao Canadá a buscarem mentoria semelhante, observando que "ter uma orientação profissional para ajudá-lo em sua carreira pode ser inestimável - e também impedir que você cometa erros evitáveis!"

O compromisso de Dami em inspirar e capacitar outras pessoas, aliado à sua excelência na profissão jurídica, não passou despercebido. No final de 2023, ela foi nomeada Lexpert Rising Star - advogada líder com menos de 40 anos no Canadá, um reconhecimento que serviu como uma poderosa validação para ela.

“Isso confirmou que as pessoas realmente veem o serviço que você presta, além e independentemente de gênero, credo, raça ou outros atributos”, disse ela, relacionando sua conquista à importância de celebrar a Excelência Negra.

“Ao ver alguém semelhante a você alcançar algo significativo, isso faz com que seus próprios sonhos pareçam mais realizáveis e ajuda a mudar a narrativa do que é possível, independentemente dos estereótipos.

"Afinal, somos todos seres humanos capazes de alcançar qualquer coisa que nos propomos a fazer."

A história de Dami, de aspirante a atriz a advogada premiada, prova que às vezes uma mudança pode nos levar a um destino ainda mais notável.