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09/08/19

Meio Ambiente

Filhote de harpia nasce na Reserva Natural Vale, em Linhares (ES)

A maior ave de rapina do Brasil encontra abrigo seguro para reprodução na RNV

A Reserva Natural Vale, em Linhares (ES), ganhou mais um morador ilustre. Pela primeira vez os pesquisadores registraram o nascimento de um filhote de harpia na área.

A harpia, ou gavião-real (Harpia harpyja), é uma espécie ameaçada de extinção, classificada como Criticamente em Perigo no Espírito Santo e Vulnerável em todo o território brasileiro. Essa águia apresenta um longo ciclo reprodutivo, que pode durar de dois a três anos.

O ninho foi descoberto em 2016 pelo guia de observação de aves Justiniano Magnago. E desde março de 2017 uma câmera instalada pelos pesquisadores do Projeto Harpia na copa de uma árvore monitora o comportamento das harpias no ninho. A câmera flagrou o namoro do casal em várias oportunidades. A fêmea chegou a colocar ovos por três vezes e chocá-los, mas os filhotes não nasceram. Em março de 2019, finalmente, um filhote vingou.

Com pais protetores, o filhote deve iniciar seus primeiros voos com cerca de cinco meses de idade. Ele só começará a explorar a floresta dentro de um ano e deixará definitivamente o cuidado dos pais no ninho com aproximadamente dois anos.

"Geralmente, no ciclo reprodutivo da harpia um ou dois ovos são incubados, mas apenas um sobrevive. O período de incubação é de aproximadamente 56 dias, função que cabe à fêmea, enquanto o macho leva comida para ela no ninho", explica o pesquisador do projeto e professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Aureo Banhos.

A espécie se alimenta principalmente de animais arborícolas como macacos e bichos-preguiça, por vezes capturando indivíduos com mesmo peso e tamanho. As harpias adultas podem medir de 90 a 105 cm de comprimento, com até 2 metros de envergadura, e pesar de 4 a 5 kg (machos) ou 7 a 9 kg (fêmeas). O indivíduo só atinge a maturidade sexual com mais de cinco anos de idade.

A Reserva Natural Vale abriga dois casais de harpias conhecidos. Desde 2010, um segundo ninho é monitorado pelo Projeto Harpia, entretanto, não foi registrado sucesso nas tentativas de reprodução do casal. Segundo o pesquisador Gustavo Magnago, a reserva deve abrigar outros casais de harpias e a equipe do projeto está procurando os novos ninhos. "Não é fácil encontrar os ninhos, muitas vezes construídos a mais de 30 metros de altura, na mata fechada", afirma Gustavo. Os ninhos podem chegar a 1,9 m de comprimento por 2 m de largura, em árvores majestosas como jequitibás-rosa e embiruçus.

Segundo os pesquisadores, o registro dessa espécie de predador de topo de cadeia ecológica se reproduzindo na Reserva Natural Vale é um resultado importante e satisfatório dos esforços para preservação de uma das maiores áreas protegidas de Mata Atlântica, uma vez que esses animais precisam de áreas com boa qualidade e uma ampla diversidade de animais para se alimentar.

Curiosidades sobre o gavião-real

Nome científico: Harpia harpyja

Nomes populares: gavião-real, harpia, uiraçu

Garras (hálux): 6 cm de comprimento que permitem ser a mais poderosa ave de rapina do mundo

Tamanho: 1,05 m comprimento total do corpo

Envergadura: quando adulto pode atingir 2 m de uma ponta a outra das asas

Peso: 4 a 5 Kg (macho) e 7 a 9 Kg (fêmea)

Período de atividade: a espécie tem hábitos diurnos, ou seja, desenvolve suas atividades durante o dia.

Coloração das penas: quando adulto, a cabeça torna-se cinza, duas penas evidentes no penacho e uma faixa de penas pretas no pescoço. Cabeça, lados do pescoço e garganta são cinza-claro. O dorso e a parte superior das asas têm coloração preta. Não há dimorfismo sexual quanto à coloração

Alimentação: mamíferos de médio e pequeno porte, tais como preguiças e primatas

Reprodução: um filhote a cada 2,5 anos ou três anos

Ameaças: desmatamento e caça

Conservação da espécie

O Projeto Harpia monitora mais de 60 ninhos de gavião-real na Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. No Espírito Santo e Sul da Bahia, o Projeto Harpia mantém um núcleo que monitora a população da espécie na área do Corredor Central da Mata Atlântica.

Reserva Natural Vale

A Vale mantém em Linhares, no Norte do Espírito Santo, uma das maiores áreas protegidas de Mata Atlântica do país. Com aproximadamente 23 mil hectares, a Reserva Natural Vale é um dos últimos grandes remanescentes da Floresta de Tabuleiro, uma das formações florestais atualmente mais ameaçadas do Bioma Mata Atlântica. Devido à importante atuação nas atividades de conservação, pesquisa e uso sustentável dos recursos naturais, a Reserva é classificada como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, título concedido em 2008 pelo Programa MaB (Man and Biosphera, na sigla em Inglês), da Unesco.

A RNV é considerada um dos hotspots mundiais de biodiversidade, proporcionando um ambiente favorável para a ocorrência de espécies ameaçadas e indicadoras de qualidade ambiental. Desde que foi adquirida pela Vale, nos anos 50, até o momento, foram catalogadas na Reserva cerca de 3 mil espécies vegetais, 1.478 morfoespécies de insetos e 102 espécies de mamíferos, além de 56 de anfíbios, 64 de répteis e 400 de aves.


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